A condição, que afeta principalmente pessoas acima dos 65 anos, atinge 1,2 milhão de pessoas no Brasil
Problemas de memória que afetam o dia a dia, dificuldade na fala e no raciocínio, desorientação no tempo e no espaço, e alterações de humor e comportamento. Esses são alguns dos sinais que podem indicar o diagnóstico de Alzheimer, o tipo de demência mais comum no mundo, responsável por aproximadamente 70% dos casos. A condição, que afeta principalmente pessoas com mais de 65 anos, atinge 1,2 milhão de brasileiros.
“A doença de Alzheimer é irreversível, o que significa que as células cerebrais são danificadas e morrem, resultando em um declínio gradual das funções cognitivas”, explica o neurologista do Hospital Santa Rita, Dr. Flávio Key Miura. Segundo o médico, trata-se de um transtorno neurodegenerativo progressivo e que afeta a memória.
Para marcar o Dia Mundial da Doença de Alzheimer, celebrado em 21 de setembro, o neurologista responde sobre alguns mitos e verdades a respeito da doença. Confira a seguir.
O primeiro sintoma da doença de Alzheimer é a perda de memória?
Mito. A perda de memória nem sempre é o primeiro sintoma, embora seja o mais comum. “Em algumas pessoas, os sintomas iniciais podem incluir dificuldade de linguagem, desorientação no tempo e no espaço, dificuldade em planejar ou resolver problemas complexos, alterações de comportamento e de humor, entre outros”, explica o médico.
Mulheres têm mais chances de desenvolver Alzheimer do que os homens?
Verdade. A doença afeta duas vezes mais as mulheres, possivelmente porque elas tendem a viver mais do que os homens, e a idade é um dos principais fatores de risco para o aparecimento do Alzheimer.
A pessoa com Alzheimer pode esquecer fatos recentes, mas se lembrar dos antigos?
Verdade. Isso ocorre porque a doença afeta primeiro o hipocampo, a parte do cérebro onde as memórias são inicialmente formadas. “Portanto, é possível que a pessoa se lembre de eventos da infância, mas se esqueça do que comeu no almoço”, completa o Dr. Miura.
O Alzheimer pode ser hereditário?
Verdade. Ter casos da doença na família pode aumentar o risco, mas isso não significa que a pessoa necessariamente desenvolverá Alzheimer. Apenas um pequeno percentual dos casos está ligado a mutações genéticas raras.
O uso prolongado de remédios para o estômago pode causar Alzheimer?
Mito. Alguns medicamentos para o tratamento de gastrite podem, a longo prazo, causar anemias e deficiência de vitamina B12, levando a sintomas semelhantes aos da demência. No entanto, esses efeitos são totalmente tratáveis e reversíveis.
Não há cura para a doença de Alzheimer?
Verdade. Porém, existem diversos tratamentos que podem ajudar a minimizar os sintomas e retardar a progressão da doença.
A pessoa com Alzheimer fica alheia ao que acontece ao seu redor?
Mito. Apesar das dificuldades e dos sintomas, o paciente geralmente permanece consciente do que está ocorrendo, principalmente nos estágios iniciais. É essencial evitar infantilizá-lo, reconhecendo sua individualidade e respeitando seu espaço na família.
Doenças cardiovasculares contribuem para o desenvolvimento do Alzheimer?
Verdade. Fatores de risco para doenças cardiovasculares, como tabagismo, diabetes e hipertensão, desempenham um papel importante no desenvolvimento do Alzheimer.
Esquecer as coisas não significa necessariamente ter Alzheimer?
Verdade. A falha de memória pode estar relacionada a diversos fatores, como o estresse. É importante lembrar que o Alzheimer afeta principalmente a memória recente, enquanto as memórias antigas geralmente são preservadas. Além disso, problemas persistentes de memória podem ser sintomas de outras formas de demência.
Só pessoas idosas desenvolvem o Alzheimer?
Mito. Embora seja mais comum em idosos, é um mito pensar que a doença afeta apenas essa faixa etária. “Existem casos de Alzheimer de início precoce, que afetam pessoas com menos de 65 anos. Embora mais raros, esses casos são caracterizados por um rápido declínio das funções cognitivas”, ressalta o médico.
É possível tomar medidas para reduzir o risco de desenvolver Alzheimer?
Verdade. Práticas como atividades cognitivas, uma alimentação saudável e exercícios físicos podem contribuir para retardar o início e o aparecimento dos sintomas. Essas medidas aumentam a reserva cognitiva e podem ajudar a pessoa a desenvolver estratégias para lidar com as perdas causadas pela doença.
Sintomas e estágios da doença
A condição geralmente se desenvolve lentamente em estágios. Conheça a seguir algumas informações sobre os sintomas e as fases do Alzheimer:
Estágio inicial (leve): os sintomas são sutis, como esquecimento de informações recentes, dificuldade para encontrar a palavra certa, perda de objetos pessoais e mudanças de humor. Nessa fase, a pessoa pode tentar disfarçar as dificuldades.
Estágio intermediário (moderado): os sintomas se tornam mais perceptíveis. A pessoa pode ter dificuldade em realizar tarefas diárias (como se vestir ou tomar banho), confundir-se sobre o tempo e o lugar, ter dificuldade para reconhecer amigos e familiares e sofrer alterações de personalidade.
Estágio final (grave): a pessoa perde a capacidade de se comunicar e de responder ao ambiente. As funções corporais, como engolir e andar, são afetadas, tornando a pessoa totalmente dependente de cuidados.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico precoce é essencial para garantir um tratamento mais eficaz e uma melhor qualidade de vida ao paciente. “O diagnóstico da doença é complexo e envolve uma avaliação completa que inclui o histórico médico do paciente, exames físicos e neurológicos, testes de função cognitiva e, em alguns casos, exames de imagem do cérebro”, explica o neurologista do Santa Rita.
Os tratamentos disponíveis focam em retardar a progressão dos sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente. O apoio e os cuidados de familiares e cuidadores também são fundamentais, pois a doença afeta não apenas a pessoa, mas todo o seu entorno.
Atendimento no Santa Rita
Nas unidades do Centro Médico Santa Rita, localizadas na Rua Cubatão e na Rua Peixoto Gomide, pacientes e comunidade encontram profissionais capacitados para identificar e tratar diversas condições neurológicas.
Além do acompanhamento médico especializado, os pacientes do Hospital também têm acesso a uma série de exames que podem ser realizados para apoiar no diagnóstico clínico.
O Pronto Atendimento do Santa Rita, localizado a poucos minutos da Avenida Paulista e do metrô Ana Rosa, também está à disposição 24 horas por dia, 7 dias por semana, para atendimentos de urgência.
Agendamentos
Os agendamentos para consultas e exames podem ser realizados pelos telefones: (11) 5908-6000, ou ainda pelo e-mail [email protected]. Para o atendimento de Endoscopia, o telefone é (11) 3184-1080.
Endereços:
- Centro Médico – Unidade Vila Mariana: Rua Cubatão, 1190, Vila Mariana, São Paulo/SP (Próximo à estação Ana Rosa da linha azul do metrô)
- Centro Médico – Unidade Bela Vista: Rua Peixoto Gomide, 515, conjunto 86, 8° andar, Bela Vista, São Paulo/SP