Celebrado em 1ª de agosto, Dia Mundial de Combate ao Câncer de Pulmão tem o objetivo de conscientizar sobre a importância da prevenção, detecção precoce e tratamento dessa doença
Se você perguntar a qualquer médico qual o primeiro passo para evitar o câncer de pulmão, a resposta será: “parar de fumar”. Partindo dessa e de muitas outras perguntas, entrevistamos o pneumologista Ciro Kirchenchtejn para falar sobre o Dia Mundial de Combate ao Câncer de Pulmão, celebrado em 1º de agosto.
Dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) de 2023 revelam que a doença é a terceira mais comum em homens e a quarta em mulheres no Brasil, excluindo o câncer de pele não melanoma. No que se refere à mortalidade, o câncer de pulmão ocupa a primeira posição entre os homens e a segunda entre as mulheres, de acordo com estimativas mundiais de 2020. Nesse ano, foram registrados 2,2 milhões de novos casos, sendo 1,4 milhão em homens e 770 mil em mulheres.
A data também reforça a importância da detecção precoce da doença, o que aumenta significativamente as chances de cura ou a redução de seus impactos. Confira a seguir a entrevista completa com o pneumologista:
O que podemos fazer para evitar o câncer de pulmão. Sobre o tabagismo, pode explicar a relação direta entre fumar e o desenvolvimento do câncer de pulmão? Todo cigarro é prejudicial?
Dr. Ciro Kirchenchtejn – Além de parar de fumar, um estilo de vida saudável, com alimentação adequada e a prática de exercícios, faz a diferença. O tabaco contém substâncias cancerígenas que danificam o DNA das células pulmonares. Com o tempo, esse dano acumulado pode levar ao crescimento descontrolado de células e à formação de tumores. Todo cigarro causa algum dano e, quanto maior a exposição, maior o risco. Para quem para de fumar, o risco diminui significativamente, mas nunca volta ao nível de quem nunca fumou.
O mesmo vale para narguilés e, mais ainda, para os cigarros eletrônicos. No caso dos dispositivos eletrônicos, além de terem a venda proibida no Brasil — o que já garante que a pessoa está usando algo ilegal e, portanto, inseguro —, há a questão da dependência. A concentração de nicotina é bem superior à do cigarro tradicional, o que aumenta ainda mais o risco de dependência.
Apesar do visual tecnológico e dos aromatizantes que tornam o item mais atraente ao público, especialmente entre os jovens, os cigarros eletrônicos são muito mais perigosos. Além das doenças pulmonares e do câncer de pulmão, há outros tipos de câncer associados ao uso desses aparelhos, como câncer de boca, laringe, faringe e esôfago, entre outros. Também podem causar AVC, infarto, doenças do coração, entre outras condições.
Além do tabagismo ativo, a exposição ao fumo passivo também representa um risco? Quais outros fatores, além do tabagismo, podem aumentar as chances de uma pessoa desenvolver câncer de pulmão?
Dr. Ciro Kirchenchtejn – Sim, a exposição ao fumo passivo é um fator de risco comprovado. A inalação da fumaça de outras pessoas também expõe o indivíduo a substâncias tóxicas. Além do tabagismo (ativo e passivo), outros fatores incluem:
- Exposição a substâncias químicas (como amianto, radônio, arsênico, cromo, níquel).
- Histórico familiar de câncer de pulmão.
- Poluição do ar (embora em menor grau que o tabagismo).
- Doenças pulmonares pré-existentes (como DPOC – Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica).
Quais são os principais sintomas que as pessoas devem estar atentas? Existe algum exame de rotina ou rastreamento que possa ajudar no diagnóstico precoce, especialmente para grupos de risco?
Dr. Ciro Kirchenchtejn – Os sintomas iniciais podem ser inespecíficos, dificultando o diagnóstico. Os mais comuns incluem: tosse persistente (que não melhora ou piora) e/ou tosse com sangue, falta de ar, dor no peito, rouquidão, perda de peso sem motivo aparente, cansaço excessivo e infecções respiratórias frequentes. É crucial procurar um médico se esses sintomas persistirem.
Para grupos de alto risco (fumantes e ex-fumantes, com histórico de tabagismo acima de 20 anos/1 maço por dia), o rastreamento com tomografia computadorizada de baixa dose tem se mostrado eficaz na detecção precoce. Nem todas as pessoas precisam do rastreamento, e a decisão deve ser discutida com o médico.
Mesmo com os desafios, a medicina tem feito avanços no tratamento do câncer de pulmão. Quais são as principais inovações, novos tratamentos e exames?
Dr. Ciro Kirchenchtejn – Houve grandes avanços, especialmente com a imunoterapia (que estimula o próprio sistema imunológico a combater o câncer) e as terapias-alvo (medicamentos que atacam mutações específicas nas células tumorais). A cirurgia, radioterapia e quimioterapia continuam sendo pilares importantes, muitas vezes combinados com as novas terapias.
A tendência é que os tratamentos sejam cada vez mais adaptados às características genéticas do tumor de cada paciente. A detecção precoce, aliada a esses novos tratamentos, oferece melhores taxas de sobrevida e qualidade de vida para os pacientes.
Hospital Santa Rita
Nas unidades do Centro Médico do Hospital Santa Rita, localizadas na Rua Cubatão e na Rua Peixoto Gomide, é possível realizar exames e fazer o acompanhamento médico especializado. Além disso, o Pronto Atendimento, localizado a poucos minutos da Avenida Paulista e do metrô Ana Rosa, também está à disposição 24 horas por dia, 7 dias por semana, para atendimentos de urgência.
Agendamentos
Os agendamentos para consultas e exames podem ser realizados pelos telefones: (11) 5908-6000 e (11) 93400-5380, ou ainda pelo e-mail [email protected].
Endereços:
- Centro Médico – Unidade Vila Mariana: Rua Cubatão, 1190, Vila Mariana, São Paulo/SP (Próximo à estação Ana Rosa da linha azul do metrô)
- Centro Médico – Unidade Bela Vista: Rua Peixoto Gomide, 515, conjunto 86, 8° andar, Bela Vista, São Paulo/SP