Câncer mais frequente no Brasil é responsável por 30% de todos os tumores malignos registrados no país
O câncer de pele não melanoma é o tipo mais comum no mundo, representando a maioria dos diagnósticos de câncer de pele. Embora seja frequentemente menos agressivo que o melanoma, sua alta incidência e o potencial de causar danos significativos, se não for tratado precocemente, tornam a conscientização e a prevenção essenciais.
“A doença também é a mais frequente no Brasil e corresponde por cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados no país”, explica a Dra. Renata Storani Della Rovere, dermatologista do Hospital Santa Rita. Segundo a médica, entre os tumores de pele, é o mais frequente e de menor mortalidade. “Contudo, se não tratado adequadamente, pode deixar mutilações bastante expressivas”, alerta.
Neste Dia Global de Conscientização sobre Câncer de Pele Não Melanoma, em 13 de junho, o Santa Rita se une à iniciativa global para ressaltar a importância da prevenção, detecção precoce e tratamento desse tipo de câncer. A seguir, confira um bate-papo com a dermatologista do Hospital sobre a doença.
Como se prevenir da doença?
Dra. Renata Storani Della Rovere – A recomendação principal é usar protetor solar todos os dias, mesmo em dias nublados. Aplique o produto cerca de 30 minutos antes de sair de casa e reaplicar no período da tarde. Quando estiver em exposição prolongada ao sol, em praia ou piscina, reaplique o filtro solar a cada duas horas e após sudorese excessiva ou sair da água.
O hábito de se proteger deve começar na infância. Antes dos 6 meses, a recomendação é que bebês não sejam expostos ao sol diretamente, por isso, o ideal é usar barreiras físicas como roupas com proteção UV, bonés e sombra. A partir dos seis meses, bebês já podem usar protetor solar.
Além disso, é importante evitar o sol entre 10h e 16h, que é quando os raios solares são mais fortes. Sempre que possível, todos devem usar chapéus, bonés, roupas com proteção solar e permanecer na sombra.
Há risco para pessoas negras?
Dra. Renata Storani Della Rovere – Existe um mito de que pessoas negras não têm risco de câncer de pele, mas isso não é verdade. A pessoa negra tem um discreto fator de proteção solar, mas isso não a impede de ter câncer de pele. Por isso, ela também deve usar o protetor solar e as demais barreiras, como bonés, chapéus, etc.
Como identificar o câncer de pele?
Dra. Renata Storani Della Rovere – Temos uma regra mundialmente conhecida: a regra do ABCDE*. Toda pessoa consegue fazer o autoexame observando que cada letra se refere a um ponto de atenção para identificar a doença:
A: de Assimetria (a pinta tem um formato irregular)
B: de Bordas (irregulares, com serrilhados ou entalhes)
C: de Cor (variações de cor em uma mesma pinta)
D: de Diâmetro (maior que 0,6 cm)
E: de Evolução (crescimento ou mudança da pinta com o tempo)

No caso do câncer de pele não melanoma, a doença costuma aparecer como uma ferida persistente. Normalmente, é aquela feridinha que sangra e não cicatriza, mesmo com tratamento. Essas lesões são comuns em áreas que tomaram muito sol ao longo da vida, como rosto, braços e ombros.
Como são feitas a detecção precoce e o diagnóstico?
Dra. Renata Storani Della Rovere – O ideal é descobrir o câncer de pele o mais cedo possível, pois quanto antes ele for diagnosticado, maiores são as chances de cura e de um tratamento melhor. A detecção precoce pode ser feita de duas formas:
- Em pessoas que já têm algum sintoma, como feridas ou manchas suspeitas.
- Em pessoas que ainda não tem sintomas, mas têm maior risco, como aquelas com histórico familiar de câncer de pele e as que tiveram exposição ao sol na infância e adolescência sem proteção e com algum grau de queimadura solar prévio.
Por isso, é muito importante que todos estejam atentos a qualquer modificação na pele. Manchas na pele que coçam, ardem, descamam ou sangram, e feridas que não cicatrizam em quatro semanas, principalmente em áreas do corpo mais expostas ao sol, como rosto, pescoço e orelhas, devem ser investigadas. O diagnóstico precoce aumenta as chances de tratamento e cura.
Vale ressaltar que, na maior parte das vezes, essas alterações na pele podem não ser câncer de pele, mas é fundamental que elas sejam investigadas, principalmente se não melhorarem em poucos dias.
Já o diagnóstico é feito pelo dermatologista, através de exame clínico. Em muitas situações, usamos um aparelho chamado dermatoscópio, que aumenta a imagem da pele e ajuda a ver detalhes que não são visíveis a olho nu. Se houver dúvida, em alguns casos pode ser feita uma biópsia, que é a retirada de um pequeno pedaço da pele ou a lesão inteira para ser analisado no laboratório pelo patologista.
Feito o diagnóstico, como deve ser o tratamento?
Dra. Renata Storani Della Rovere – O tratamento mais comum e padrão para o câncer de pele não melanoma é a cirurgia, que busca a remoção completa da lesão. Vale ressaltar que a decisão sobre o tratamento ideal é sempre multidisciplinar, envolvendo dermatologista, oncologista cirúrgico e clínico.
Também pode-se associar à cirurgia tratamentos como radioterapia ou quimioterapia. Já a terapia fotodinâmica (uso de um creme fotossensível e posterior aplicação de uma fonte de luz) é uma opção terapêutica para os seguintes casos: ceratose actínica (lesão precursora do câncer de pele), carcinoma basocelular e carcinoma espinocelular “in situ” (também conhecida como Doença de Bowen).
Após o tratamento, qual é a conduta a ser tomada?
Dra. Renata Storani Della Rovere – O acompanhamento pós-tratamento é essencial para garantir a recuperação completa, monitorar a área tratada e, o mais importante, detectar precocemente qualquer sinal de recorrência ou o surgimento de novas lesões.
O médico também orientará sobre a frequência das consultas de acompanhamento, que podem variar de acordo com o tamanho e a profundidade da lesão original, a localização, a presença de fatores de risco, entre outros fatores.
Apenas um médico dermatologista poderá confirmar a doença. Porém, a dermatologista do Santa Rita orienta que é possível fazer o autoexame de pele em casa. Veja a seguir como fazer:
- Em um ambiente bem iluminado, use um espelho de corpo inteiro e um espelho de mão.
- Examine todo o corpo, da cabeça aos pés, incluindo áreas pouco expostas ao sol, como couro cabeludo, axilas, nádegas, genitais, entre os dedos dos pés e as solas dos pés.
- Peça ajuda a um parceiro ou familiar para examinar áreas difíceis de ver, como as costas.
- Observe qualquer pinta nova, lesão que esteja mudando (tamanho, forma, cor, textura), feridas que não cicatrizam, manchas ou áreas que coçam, sangram ou doem.
- Utilize a regra ABCDE (para pintas, mas útil para qualquer lesão).
- Aprenda a fazer o autoexame da pele mensalmente (ou com a frequência recomendada pelo seu médico). Isso é crucial para detectar qualquer mudança precoce.
Importante: Identificou algo fora do comum? Procure um especialista! Apenas um médico poderá confirmar ou não o diagnóstico da doença e sugerir o melhor tratamento para cada indivíduo.
Hospital Santa Rita
Nas unidades do Centro Médico Santa Rita, localizadas na Rua Cubatão e na Rua Peixoto Gomide, pacientes podem fazer consultas com dermatologistas, além de realizar exames clínicos, check-ups completos e exames pré-operatórios, com uma estrutura que garante qualidade e agilidade.
As unidades realizam atendimentos particulares e de convênios em mais de 20 especialidades (algumas com telemedicina), entre elas: Ginecologia, Cirurgia Geral, Ortopedia, Gastrocirurgia e Gastroenterologia, Urologia, entre outros.
Além do acompanhamento médico especializado, os pacientes do Hospital também têm à disposição, 24 horas por dia, 7 dias por semana, seu Pronto Atendimento, localizado a poucos minutos da Avenida Paulista e do Metrô Ana Rosa.
Agendamentos
Os agendamentos para consultas e exames podem ser realizados pelos telefones: (11) 5908-6000 e (11) 93400-5380, ou ainda pelo e-mail [email protected].
Endereços:
- Centro Médico – Unidade Vila Mariana: Rua Cubatão, 1190, Vila Mariana, São Paulo/SP (Próximo à estação Ana Rosa da linha azul do metrô)
- Centro Médico – Unidade Bela Vista: Rua Peixoto Gomide, 515, conjunto 86, 8° andar, Bela Vista, São Paulo/SP